"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

TEMER CONSEGUE LEVAR AO PONTO MÁXIMO A DESMORALIZAÇÃO DA POLÍTICA BRASILEIRA

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Charge do Alpino (Yahoo Notícias)
A definição atual é de que a política seria “a arte ou a ciência de governar, que trata da formação, direção e ordem das funções do Estado e do disciplinamento das suas relações internas com o grupo social e externas com os outros Estados”. A definição do filósofo grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) é muito mais precisa. Ensinava o mestre de Alexandre Magno que “a política é a ciência que tem por objetivo a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na Cidade-Estado, ou pólis), e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva)”.
No Brasil, porém, os políticos desmoralizaram essa genial definição aristotélica. Mais de 2.300 anos depois, eles inventaram a política que trata exclusivamente de interesses pessoais ou de grupos, desprezando por completo os interesses coletivos.
JOGO SUJÍSSIMO – É inacreditável o que está acontecendo em Brasília. Dos 33 membros efetivos da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, 20 já foram substituídos pelas lideranças partidárias, com a finalidade específica de inocentar o presidente Michel Temer, sem levar em conta se existem ou não evidências ou provas contra ele.
Simultaneamente, devido à incessante pressão exercida pelo Planalto, três dos maiores partidos da base aliada tentam aprovar uma medida para obrigar os deputados a votarem contra a denúncia apresentada contra o presidente da República. Quem desrespeitar o chamado fechamento de questão poderá sofrer punições que chegam à expulsão do partido, como ocorreu no ano passado com parlamentares do PDT que votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
RECURSO AO SUPREMO – Nesta terça-feira, a oposição apresentou ao Supremo um mandado de segurança visando a desfazer a substituição de deputados na CCJ. Vai perder seu tempo, porque o STF rejeitará o recurso, sob alegação de que o Legislativo é um Poder independente e não pode sofrer interferências externas, salvo em caso de ilegalidade.
A oposição tem apresentado sucessivos recursos ao Supremo para reverter decisões do Legislativo, sempre sem sucesso. Desta vez, o máximo que pode conseguir é o ministro-relator afirmar que se trata de uma indignidade, mas nada se pode fazer, porque o Regimento Interno da Câmara não impede que haja substituição de membros das comissões técnicas.
FECHAR QUESTÃO – PMDB, PP e PR marcaram reuniões para esta quarta-feira (dia 12), destinadas a definir o chamado fechamento de questão a favor de Temer, para determinar que todos os deputados das legendas têm de acompanhar a orientação do Planalto na votação.
Juntos, PMDB, PP e PR têm 148 deputados. Temer precisa de 172 votos no plenário para que a denúncia seja rejeitada, evitando a abertura de um processo criminal contra ele no Supremo Tribunal Federal. Como o presidente da Câmara pode se abster de votar, na verdade Temer só precisa de 171 votos, um número bastante sugestivo em relação ao curriculum vitae do presidente da República, que está se transformando numa folha corrida, como se diz na linguagem judicial.
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PS 
– A política se insere no âmbito das ciências práticas, que buscam conhecimento como meio para a ação. No caso do Brasil, a teoria política foi para o espaço e só sobrou a prática, que se resume a atos tenebrosos. Portanto, continua prevalecendo o desabafo do genial arquiteto Oscar Niemeyer: “Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá, sem dúvida, foi como criar um lindo vaso de flores para vocês usarem como penico”. (C.N.)

12 de julho de 2017
Carlos Newton

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