"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

ROMBO DA DÍVIDA PÚBLICA JÁ CONSOME 60% DA POUPANÇA FINANCEIRA TOTAL


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Charge do Paixão (Gazeta do Povo)
As dificuldades financeiras do governo podem ser medidas pelo total de recursos aplicados em títulos públicos. Interrompendo um padrão observado nos seis anos anteriores, a dívida pública cresceu mais de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) desde 2013. Ela saltou de 50,8% no fim daquele ano para 71,4% do PIB em março deste ano, e a parcela da poupança financeira destinada a financiá-la acompanhou o movimento.
Levantamento do Cemec (Centro de Estudos do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) indica que, desde 2014, 60% do fluxo da poupança financeira total, que engloba famílias, empresas, segmentos do setor público e investidores externos, foi para financiar a dívida pública.
TÍTULOS PÚBLICOS – Na carteira total de grandes investidores, como fundos de pensão e de investimento, a participação de títulos públicos passou de 38% em 2013 para quase 50% em 2016.
Dos recursos totais captados pelo sistema bancário, nada menos do que 72% são destinados exclusivamente ao financiamento do setor público, por meio de títulos públicos, captações bancárias, títulos adquiridos em operações compromissadas ou empréstimos dos bancos para o setor público.
Carlos Antonio Rocca, diretor do Cemec e autor do estudo, diz que, enquanto o governo não equacionar as suas contas, é improvável que os recursos da poupança doméstica deixem de ser direcionados para financiá-lo.
AJUSTE FISCAL – A saída para o imbróglio seria levar adiante um processo gradual de ajuste fiscal, com reformas e controle dos gastos, assim como de recuperação de receitas, diz ele.
A crise aguda no campo político, no entanto, torna tudo ainda mais incerto. Do lado do governo, a percepção de que terá dificuldades para tocar a reforma da Previdência afasta a possibilidade de organizar suas contas e elevar sua poupança. Enquanto isso, as empresas temem arriscar a investir.
Ainda que o horizonte clareie e os problemas comecem a ser enfrentados, diz Rocca, é bastante improvável que a retomada do investimento ocorra pela via da ampliação da capacidade produtiva, dado o alto grau de ociosidade da economia.
INFRAESTRUTURA – Os investimentos em infraestrutura, no entanto, poderiam liderar esse movimento, dada a carência do país em estradas, portos, linhas de transmissão e ferrovias.
Para isso, no entanto, é preciso que o governo reequilibre as suas contas e, com menor necessidade de recursos, abra espaço para a poupança privada chegar lá.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O problema é que o governo se recusa a debater a dívida pública, que é o maior desafio ao país. Prefere culpar o déficit da Previdência e as leis trabalhistas, enquanto o rombo das contas públicas vai corroendo a economia nacional. É estranhável, deplorável e abominável esse procedimento. Mas quem se interessa? (C.N.)

10 de julho de 2017
Flavia Lima

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