"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

MARXISMO CULTURAL. ORIGENS



Segundo Antonio Gramsci, teórico do marxismo cultural, “O mundo civilizado em sido saturado com cristianismo por 2000 anos, e um regime fundado em crenças e valores judaico-cristãos não pode ser derrubado até que suas raízes sejam cortadas”

(O texto abaixo foi transcrito do Wikipedia)

As origens do marxismo cultural devem ser procuradas nos primeiros anos do século XX. Justamente depois da revolução russa, os marxistas ocidentais esperavam uma iminente revolução das massas trabalhadoras no resto da Europa. No entanto, essa revolução não teve lugar além de Hungria e Alemanha. Nestes dois países, os revolucionários não tiveram o seguimento esperado entre os trabalhadores, e ambas as revoluções foram abortadas. Porque os trabalhadores não se revoltaram? A resposta a esta pergunta deram os pensadores marxistas, o italiano Antonio Gramsci e o judeu-húngaro Georg Lukács. A resposta foi que os trabalhadores não eram capazes de ver seus interesses de classe porque estavam imersos na cultura ocidental, portanto, é no plano cultural onde se deve preparar a revolução.

O trabalhador deve estar interessado em ter extirpada a sua cultura e sua história, isso deve ser feito através do que Gramsci denomina "combate cultural", "caminho largo" ou "marcha larga". Esta "marcha larga" devia dirigir-se para todas as instituições possíveis: escolas, museus, igrejas, seminários, jornais, revistas, televisão, cinema, etc., desde onde se propagaria uma anti-cultura, que acabaria com as fundações e as convicções da cultura ocidental, para que as pessoas aderissem aos ideais marxistas que haviam rejeitado de forma natural.

Em 1923 o multimilionário marxista judeu Felix Weil, estabeleceu em Frankfurt um círculo de reflexão dirigido por Lukács. Este círculo recebeu o nome de Instituto para a Investigação Social, e é mais conhecido como Escola de Frankfurt. Em 1930, o Instituto passa ser dirigido pelo judeu Max Horkheimer, um seguidor de Sigmund Freud e da psicanálise. Horkheimer reafirma as teses marxistas, segundo as quais a superestrutura é uma mera conseqüência da infra-estrutura econômica. Suas reflexões o levaram a formular o que o mesmo denominou "Teoria Crítica".

O que é a Teoria Crítica? Max Horkheimer afirma que a maneira de destruir a civilização ocidental é o ataque sistemático a todos seus valores, e não a formulação teórica de uma sociedade alternativa. Valor: o matrimônio é a união de um homem e uma mulher com o objetivo de formar uma família, ter filhos e transmitir a eles os valores de seus antepassados. Crítica: o matrimônio pode ser qualquer tipo de união onde intervenha a atração sexual sem nenhum fim concreto. Resultado: instauração do "matrimônio homossexual".

Outros membros do Instituto para a Investigação Social foram os judeus Theodor W. Adorno, Erich Fromm e Herbert Marcuse. Estes dois últimos autores desenvolveram uma teoria segundo a qual as diferenças sexuais são construções sociais próprias da sociedade burguesa.

O Instituto para a Investigação Social foi encerrado em 1933 com a chegada dos nacionais socialistas ao poder. Seus membros, em sua grande maioria judeus, se refugiaram nos Estados Unidos e restabeleceram o Instituto com ajuda da Universidade de Columbia, em Nova York. Durante a Segunda Guerra Mundial participaram ativamente no esforço bélico americano, Marcuse, por exemplo, trabalhou para a OSS, organização precursora da CIA.

Pós-Guerra

Depois da guerra, o Instituto para a Investigação Social voltou a ser aberto em Frankfurt. No entanto, Marcuse, seu expoente naquele momento, permaneceu nos Estados Unidos e se converteu no ideólogo das revoltas estudantis dos anos 60, e inspirará a alguns líderes dos movimentos revolucionários negros. Sua obra Eros e Civilização, transformou-se na 'Bíblia' dos hippies.

O marxismo cultural de Marcuse e a Escola de Frankfurt, não foram direcionadas para o proletariado, mas sim aos filhos da alta burguesia e das classes médias. Neste novo contexto, a luta de classes, que pregava o marxismo econômico, foi reformulada: a classe deixa de definir-se com base na propriedade dos meios de produção, mas em função do grupo cultural à qual pertence. A cultura deixa de ser um mero produto das relações de produção. Para o marxista cultural, é a cultura que determina as relações de produção imaginárias: um trabalhador da construção, homem branco e da civilização ocidental é um explorador, enquanto que um desportista, milionário africano, é um explorado.

No marxismo econômico, as leis da História requerem a eliminação dos proprietários dos meios de produção bem como a expropriação desses meios pelo Estado. No marxismo cultural, quem deve desaparecer são todas aquelas pessoas que conservam padrões culturais europeus. As pessoas de cultura ocidental são, por definição, uma classe opressora e malévola por natureza, independentemente de sua situação econômica.

Em contraste, a nova classe oprimida e boa por natureza, é constituída por todos os indivíduos não ocidentais, como negros ou índios. Esta última posição retoma claramente a idéia do bom selvagem, de Rousseau. As raças não-européias devem adicionar grupos como os homossexuais e as feministas.

Igual ao marxismo econômico, que pretendia a expropriação dos bens da burguesia e o desaparecimento final dessa classe social, o marxismo cultural busca o desaparecimento final da civilização ocidental e dos portadores dessa civilização. Isto se realiza mediante a colonização massiva, na Europa e Estados Unidos, pelas massas do Terceiro Mundo, e mediante a aplicação da chamada "discriminação positiva". Por que positiva? Porque se realiza a favor de grupos étnicos e culturais que são, de acordo com esta, "bons por natureza", e indo contra grupos que são "maus por natureza".

Uma vez vistos os novos parâmetros em que se define a luta de classes, ou melhor, a luta de grupos culturais, resta salientar que o programa anti-europeu dos marxistas culturais seja levado a cabo, com muita escassa oposição, em praticamente todos os países da Europa Ocidental, assim como nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Entre os anos 1960 e 1970, as leis que favoreciam a imigração européia, e restringiam a imigração não européia, foram revogadas nos Estados Unidos e Austrália, quando ocorreu o início de um processo de colonização sistemática de ambos os países, por parte das massas do Terceiro Mundo.

Esse processo se acelerou ao longo dos anos, e hoje é mais rápido que nunca. Na Europa Ocidental, o processo de ocupação do Terceiro Mundo tem sido completamente análogo, e em cidades como París ou Londres, a população nativa viu-se reduzida a menos da metade. A colonização veio acompanhada da discriminação, cada vez mais acurada, da população nativa frente aos novos colonos, nos Estados Unidos e na Inglaterra.

A "discriminação positiva" é algo que está presente em todas as partes. Na França, onde esta discriminação já se aplica na concessão de ajudas sociais, se estão fazendo esforços contínuos para impor a mesma em todos os âmbitos da sociedade. A tendência é a mesma em todos os países da Europa.

Tanto a esquerda como a direita tem admitido em uma ou outra medida os postulados do marxismo cultural, para ele não havia sido necessária uma revolução violenta, os marxistas culturais, eles têm imposto graças a três fatores, em primeiro lugar o apoio de banqueiros internacionais, que tem os utilizado para impulsionar o processo de globalização econômica. Em segundo lugar, seu domínio do que Gramsci chamava "combate cultural", ou seja, a infiltração massiva do movimento associativo.

Associações ecologistas, pacifistas, universitárias, culturais, de defesa dos direitos da mulher, e todo tipo de ONGs já criadas ou infiltradas pelos marxistas culturais. O fator mais importante foi, no entanto, a ausência total de resistência. Efetivamente a direita conservadora não teve a capacidade, nem política ou ideológica, para se opor ao avanço do marxismo cultural, de fato, e terminou por aceitar como próprias muitas idéias fabricadas pelos marxistas culturais.

O marxismo político e econômico se encontrou, em seu avanço, com uma ideologia que contribuiu com uma solução alternativa aos problemas sociais dos quais se alimentava a ideologia marxista, uma solução nacional e identidade em contraste com a solução internacionalista marxista. Depois da Segunda Guerra Mundial, não houve nada capaz de frear a expansão do marxismo cultural. Atualmente. uma das invenções mais propaladas, no meio político, através do marxista cultural Theodor Adorno é o Diagrama de Nolan, que coloca o marxismo cultural no mais alto grau de liberdade. 

O Diagrama de Nolan é um questionário para auxiliar os indivíduos a entenderem melhor o seu posicionamento político em relação ao governo, Vejam:

O governo deve regular a imprensa e a internet?

O alistamento militar deve ser obrigatório?

Deve ser feita uma seleção dos estrangeiros que desejarem morar no Brasil?

A produção, comercialização e uso de drogas deve ser combatida?

A discriminação deve ser considerada um crime?



14 de junho de 2017
Carlos I. S. Azambuja é Historiador

Nenhum comentário:

Postar um comentário