"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 2 de março de 2015

MILHARES DE CARROS ESTÃO SENDO ABANDONADOS, VOCÊ FICARÁ CHOCADO QUANDO SOUBER O MOTIVO


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Esta foto é de um monte de carros que sobraram no Porto de Sheerness em Ketn, na Inglaterra. Há centenas de lugares exatamente como este no mundo todo, cheio de carros que as montadoras não conseguiram vender.

Isso é verdade. Você está vendo uma das muitas reservas de carros não vendidos no mundo.

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As pessoas não estão comprando carros no mesmo rítmo de antes da recessão. Quantas famílias que você conhece que ostentam um carro novo a cada ano? Por isso, milhões de carros ficam para morrer nos estacionamentos.

Baltimore, Maryland, EUA.

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Bem do lado da estrada Broening em Baltimore, mais de 57.000 carros se encontram num enorme estacionamento. No começo eu me perguntava porque eles não colocavam simplesmente à venda, mas a indústria automobilística não vai reduzir seus preços drásticamente por uma razão: Não é possível vender um carro por 500 dólares e esperar alguém comprar por 15.000 é impossível.
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Os carros devem ser levados de um monte de concessionárias para dar espaço para a nova produção. O que sobra é um pouco triste… filas e mais filas de carros em perfeito estado.
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A indústria automobilística não pode simplesmente deixar de produzir carros novos. Isso significaria o fechamento de fábricas e demitir a dezenas de milhares de pessoas, além do mais, piorar a recessão. O efeito dominó seria catastrófico para a indústria do aço.
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Nessa imagem podemos ver dezenas de milhares de carros tomando sol o dia todo na Espanha.
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Quando a oferta supera a procura, alguém fica com o superávit. Depois da recessão, as famílias já não compram um carro novo a cada ano.

São Petersburgo, Rússia.

05bb37d00158a03ab9c8b1536edf5edc_650xCarros europeus importados que não conseguiram vender e estão largados para enferrujar em um aeroporto.
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O ciclo de comprar, usar, mudar, se acabou. As pessoas usam seus carros durante muito mais tempo depois de comprados.
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Lotes aberto ao redor do mundo se converteram um cemitérios improvisados para os carros que não se venderam.

Avonmouth, Reino Unido.

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Cada espaço cinza que se vê está cheio de carros sem uso.
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Corby, Reino Unido.

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Aqui há outro monte de carros que sobraram. Qualquer um se pergunta: por que não reciclam esses carros ou pelo menos não dão para as pessoas pobres?

Porto de Civitavecchia na Itália.

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Até pode-se pensar que os fabricantes de automóveis poderiam utilizar pelo menos algumas das partes. Eles ainda acham que vão vender esses carros?
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Porto de Valencia, Espanha

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Estas imagens são particularmente frustrantes se você está dirigindo um carro velho…
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Os carros, quando expostos ao ar livre, não duram muito tempo.
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Quando um carro fica ao relento, todos os óleos se vão para o fundo do poço, e logo começa a corrozão e danifica todas as partes internas do motor.
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A super produção não é só uma falha do sistema nos Estados Unidos ou de uma só fábrica de automóveis, este é um problema mundial. Se não encontram uma maneira de reutilizar esses carros, milhares de carros abandonados continuarão preenchendo espaços vazíos. Isso é realmente lamentável.
02 de março de 2015
Fonte: Blog do Primo

PIADA DO ANO: PT ACHA QUE O IMPEACHMENT NÃO TEM RESPALDO



Rui Falcão ainda pensa que não existe respaldo jurídico nem político

O presidente do PT, Rui Falcão, tenta mobilizar os partidos de esquerda do Uruguai, da Bolívia, do Chile, de Cuba (nesse caso, o partido é só um) e da Venezuela (é quase só um) contra as manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eis o discurso de Falcão:
“A tese do impeachment não encontra respaldo nem jurídico nem político. Nunca é demais lembrar os golpes institucionais recentes no Paraguai e em Honduras. Fiquemos alertas, companheiros, pois o imperialismo tanto se vale da força bruta como recorre às instituições republicanas para depor governos populares”.

ADESÃO NA INTERNET

Dois meses depois de começar o segundo mandato, a  presidente Dilma Rousseff enfrenta uma onda pró-impeachment na internet. A consultoria Bites encontrou no Facebook 37 manifestações pela interrupção do mandato de Dilma, todas marcadas para o fatídico 15 de março.
Mais de 1 milhão de pessoas confirmaram presença. A Bites checou seus perfis para evitar dupla contagem.

02 de março de 2015
Marcelo Sperandio
Época

PROCURADORIA-GERAL CRITICA GOVERNO POR DEFENDER AS EMPREITEIRAS

          


A Procuradoria Geral da República divulgou nota no domingo em que reforça entendimento antecipado pelo Correio há uma semana, quando integrantes da força-tarefa da Lava-Jato disseram que é preciso punir pessoas e também empreiteiras envolvidas organicamente na corrupção da Petrobras.
Apesar de reconhecer como “legítima” a preocupação do governo com consequências econômicas das construtoras, o Ministério Público diz que “a maior preocupação deve ser com as consequências econômicas e sociais da corrupção praticada e em desenvolvimento – lembrando que houve práticas corruptas recém descobertas que ocorreram até dezembro de 2014”.

“Conforme a experiência internacional demonstra, quanto menor a corrupção na sociedade, melhores são as condições para o desenvolvimento econômico e social.”

RESPOSTA A ADAMS

A nota é uma resposta ao advogado geral da União, Luís Adams, que acusou os procuradores de fazerem “estrangulamento da empresa como instrumento de produção de confissões.”
De acordo com a PGR, acordos de leniência a serem firmados pela Controladoria Geral da União (CGU) podem ser prejudiciais às investigações.
Eles são contra os pactos que livrem as empreiteiras de serem impedidas de contratar com a administração sem trazer fatos novos para auxiliar na apuração de crimes ocorridos em todo tipo de obra no país.

Como a CGU não tem e, mãos os dados apurados pelo Ministério Público, pode acabar iludida com informações velhas. Para fechar um acordo, a Procuradoria quer o reconhecimento da culpa, pelo menos um ressarcimento parcial dos danos e a indicação de provas novas. “Parece inviável que a CGU analise se os requisitos estão sendo atendidos”, diz a nota.

SE CRIAR SUB-RELATORES, CPI DA PETROBRAS EVITARÁ NOVA PIZZA





O primeiro teste para medir o grau de governismo da CPI da Petrobrás da Câmara ocorrerá na próxima semana, quando será apreciada a criação de sub-relatorias. O requerimento será solicitado pela oposição, dentro de uma estratégia para enfraquecer o relator da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ), ex-ministro da presidente Dilma Rousseff.

A ideia é aproveitar o elevado grau de insatisfação na base aliada da presidente para aprovar o requerimento e o bom número de parlamentares que, mesmo da base, são ligados à oposição. Levantamento feito pelo Estado nesta semana mostrou que dos 27 integrantes da CPI, 13 apoiaram a petista nas eleições presidenciais de 2014 e dez apoiaram o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Dois se disseram independentes e outros dois não se manifestaram.

Além disso, o pedido de sub-relatorias – que descentraliza os trabalhos da comissão – visa resgatar o modelo de atuação de CPIs do passado que tiveram resultados relevantes, como a dos Correios e a dos Sanguessugas. Em 2006, a dos Correios concluiu a existência do mensalão e a dos Sanguessugas terminou com a recomendação de abertura de processo de cassação de 72 parlamentares.

Já CPIs mais recentes, em que os trabalhos ficaram nas mãos apenas do relator, como a que investigou o contraventor Carlos Cachoeira e a da Petrobrás, no ano passado, o resultado foi frustrante. No caso de Cachoeira, o relatório final rejeitado. Aprovou-se, então, outro com duas páginas sem pedidos de indiciamentos. A da estatal pediu 52 indiciamentos, mas poupou políticos e a ex-presidente da empresa Graça Foster.

Para colocar em prática a estratégia, a oposição defende a criação de três sub-relatorias. Uma com foco na sistematização das provas, outra na atuação dos agentes públicos e a última na engrenagem do esquema de corrupção da estatal – como se dava a relação entre os núcleos público e privado e como atuavam os operadores.

As solicitações são encabeçadas pelo PSDB e têm apoio de ao menos outros cinco partidos: PPS, DEM, PMDB, PSB e Solidariedade. Cabe ao presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), decidir se coloca os pedidos em votação no plenário da CPI na quinta-feira, data da próximo encontro. Motta tem dito ter a intenção de apresentar todos os requerimentos para apreciação.

Independência

Carlos Sampaio (PSDB-SP), líder do PSDB na Câmara, nega que os pedidos sejam por desconfiança sobre Luiz Sérgio. “Quando se criam sub-relatorias, agiliza-se o processo de investigação porque são criados núcleos específicos sobre temas distintos”, disse.

O petista, porém, alçado ao cargo após acordo com o PMDB, foi colocado em suspeição por colegas de oposição já na sessão de instalação do colegiado, na quinta-feira passada (19). “Quanto ao relator, infelizmente não posso esperar muita coisa. O que falam nos corredores é que, se apurar muito nesta CPI, vamos chegar no ex-presidente Lula, vão chegar na presidente Dilma. Será, seu relator, que o senhor tem coragem de ver o presidente Lula na cadeia?”, disse o deputado João Gualberto (PSDB-BA).

Luiz Sérgio informou que não comentaria os requerimentos para criação de sub-relatorias e que apresentará seu plano de trabalho na próxima sessão. Os requerimentos devem ser entregues nesta segunda-feira (2). Além de solicitar a criação das sub-relatorias, o PSDB quer pedir a convocação de cerca de 50 pessoas.

Na próxima semana, serão 16 nomes, entre os quais o ex-ministro José Dirceu, os ex-presidentes da Petrobrás José Sergio Gabrieli e Graça Foster, ex-dirigentes da estatal como Nestor Cerveró, Roberto Duque e Pedro Barusco, o doleiro Alberto Yussef e o operador Fernando Soares, o Fernando Baiano. O partido também quer ter acesso às provas da investigação feita pelo Congresso no ano passado e das que estão com o juiz Sérgio Moro e com a Procuradoria-Geral da República.

O PT, por sua vez, vai requerer a ampliação do período a ser investigado na CPI para que também sejam apuradas irregularidades na Petrobras ocorridas no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

02 de março de 2015
Daniel Carvalho
Estadão

PATATIVA DO ASSARÉ E A REALIDADE DA VIDA NO SERTÃO


 
 
 
Patativa do Assaré, nome artístico de Antônio Gonçalves da Silva (1909-2002), por ser natural da cidade de Assaré, no Ceará, foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina.
Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como improvisador, cantor, cordelista, poeta e compositor, conforme podemos perceber na letra de “Vaca Estrela e Boi Fubá”, onde retrata uma realidade social à qual pertence, ou seja, enfoca a relação do nordestino com a terra natal e o conceito do lugar.
A música faz parte do LP Raimundo Fagner gravado, em 1980, pela CBS.


VACA ESTRELA E BOI FUBÁ
Patativa do Assaré


Seu doutor me dê licença pra minha história contar.
Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar.
Eu tinha cavalo bom e gostava de campear.
E todo dia aboiava na porteira do curral.
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.
Eu sou filho do Nordeste , não nego meu naturá
Mas uma seca medonha me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha o meu gadinho, num é bom nem imaginar,
Minha linda Vaca Estrela e o meu belo Boi Fubá
Quando era de tardezinha eu começava a aboiar
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.
Aquela seca medonha fez tudo se atrapalhar,
Não nasceu capim no campo para o gado sustentar
O sertão esturricou, fez os açude secar
Morreu minha Vaca Estrela, já acabou meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude aboiar
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.
Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente uma boiada passar,
As água corre dos olho, começo logo a chorá
Lembro a minha Vaca Estrela e o meu lindo Boi Fubá
Com saudade do Nordeste, dá vontade de aboiar
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi fubá  

(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)

02 de  março de 2015

O BRASIL PRECISA DE UM PRESIDENTE COMO PEPE MUJICA


Líder uruguaio não gosta de ser considerado
Sheik árabe ofereceu US$ 1 milhão pelo fusca e Mujica recusou

No domingo, José “Pepe” Mujica encerrou seus cinco anos na presidência do Uruguai.
Um mandato marcado por reformas controversas, incluindo a aprovação da lei da maconha; algumas dívidas, como na educação; e muitas declarações que ecoaram em todo o mundo.
A BBC conta em 10 frases os principais marcos do mandato de Mujica, que neste domingo passou a faixa presidencial ao ex-presidente Tabaré Vázquez, também da Frente Ampla.
  1. “Eu não sou pobre, eu sou sóbrio, de bagagem leve. Vivo com apenas o suficiente para que as coisas não roubem minha liberdade.”
Muitas vezes ele é chamado de o “presidente mais pobre do mundo”, mas José Mujica diz que não é pobre, que o que faz é viver como a maioria dos uruguaios que governa.
Ele mora na mesma casa de campo há décadas, com sua mulher, Lucia Topolansky, e sua cadela de três patas, Manuela.
No entanto, ele triunfou no mundo, onde sua humildade foi aplaudida. Seus discursos na Organização das Nações Unidas e suas entrevistas para canais de todo o mundo foram compartilhadas sem parar nas redes sociais.
Mujica também parece ter conquistado a maioria dos uruguaios, já que deixa o governo com um índice de aprovação de 65%, de acordo com uma pesquisa recente da empresa Equipos Mori.
  1. “Não é bonito legalizar a maconha, mas pior é dar pessoas ao narcotráfico. O único vício saudável é o amor.”
Talvez uma das leis que mais tenha dado fama internacional a Mujica foi a que colocou nas mãos do Estado a regulação estatal da produção, venda, distribuição e consumo de maconha, aprovada em dezembro de 2013, mesmo com a oposição da maioria dos uruguaios.
Essa lei, ainda em desenvolvimento, tem como objetivo frear o avanço do tráfico de drogas e regular um mercado que, de acordo com Mujica, cresce na sombra e está nas mãos de criminosos.
Foram estabelecidos limites para cultivo e venda de maconha, bem como registros de consumidores e clubes de fumadores.
A regra tornou o Uruguai o primeiro país do mundo com um regulamento tão abrangente.
  1. “O casamento gay é mais velho do que o mundo. Tivemos de Júlio César a Alexandre, o Grande. Dizem que é moderno e é mais antigo do que todos nós. É uma realidade objetiva. Existe. E não legalizar seria torturar as pessoas desnecessariamente”.
Em agosto de 2013, entrou em vigor a lei do casamento igualitário, o que fez o Uruguai o segundo país na América Latina, depois da Argentina, a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Embora ele tenha recebido críticas da Igreja Católica – menos influente aqui do que em outros países da região-, a medida foi aprovada por uma larga maioria dos legisladores da base do governo e da oposição, gerando menos controvérsia do que outras leis de questões sociais como o aborto ou a maconha.
  1. “Legalizando e intervindo, é possível conseguir que muitas mulheres voltem atrás em sua decisão, sobretudo aquelas de setores mais humildes ou que estão sozinhas.”
Em 2012, o Uruguai tornou-se, juntamente com Cuba, o único país latino-americano a legalizar o aborto -não sem controvérsia.À época, Mujica disse que a descriminalização poderia não só evitar mortes em interrupções de gravidez feitas clandestinamente, mas também poderia levar a uma redução no número de abortos.
“Todo mundo é contra o aborto. Mas se você dá apoio a uma mulher sozinha que precisa tomar esta decisão, alguns pensam que muitas iriam desistir”, disse.
  1. “Somos meio vagabundos, não gostamos tanto de trabalhar. (…) Ninguém morre por excesso de trabalho, mas não é um país corrupto, somos um país decente.”
Com estas palavras, ele fez alguns desafetos entre os uruguaios. Suas declarações causaram muita dor de cabeça para assessores. E, embora ele deixe o país com altos índices de aprovação, muitos uruguaios dizem que nem tudo é tão idílico como os estrangeiros podem ser levados a acreditar ao ler reportagens publicadas sobre o país.
Mujica reconhece que nem tudo foi feito e muitas vezes dá como exemplo de sua lista de pendências a falta de infraestrutura, a deterioração da educação ou o aumento da insegurança.
  1. “Essa velha é pior que o caolho. O caolho era mais político, ela é mais teimosa.”
O caolho a quem Mujica se referia era, no caso, o falecido presidente da Argentina, Néstor Kirchner. A velha era sua mulher, Cristina Fernandez Kirchner, o atual presidente.
Mujica foi flagrado falando assim da colega em 2013. Ele achava que o microfone estava desligado.
O uruguaio pediu “sinceras desculpas” por suas palavras, embora a relação entre os dois países tenha passado por momentos mais graves do que algumas palavras mal colocadas.
Mas o caso da “velha e do caolho” não foi a única vez que Mujica teve problemas por causa de suas palavras.
Após a punição da FIFA ao jogador de futebol Luis Suárez por um incidente em uma partida da Copa do Mundo no Brasil, o presidente do Uruguai lançou uma mensagem controversa às autoridades do futebol mundial:
“A FIFA é um bando de velhos filhos da puta”.
  1. “Eu acho que nós estamos sendo usados como ratinhos de laboratório. Por que a Phillip Morris está prestando tanta atenção em um país tão pequeno? Eu tenho certeza que eles vendem mais cigarros em qualquer bairro de Nova York do que no Uruguai.”
José Mujica herdou de seu antecessor – e sucessor – Tabaré Vázquez uma longa disputa com a fabricante de cigarros Philip Morris International (PMI), que acusa o Uruguai de prejudicar o livre comércio com medidas contra o tabaco.
As advertências contra o mal provocado pelo cigarro em 2009 chegaram a ocupar, por lei, 80% dos pacotes -espaço maior que em qualquer outro país. E desapareceram dos maços as palavras “light”, “mentolado” ou “ouro”, restando apenas a marca do cigarro.
A disputa será solucionada pelo Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos, uma agência do Banco Mundial.
  1. “Tive que aguentar 14 anos em cana (…) Nas noites que me davam um colchão eu me sentia confortável, aprendi que se você não pode ser feliz com poucas coisas, você não vai ser feliz com muitas coisas. A solidão da prisão me fez valorizar muitas coisas.”
José Mujica militou, quando jovem, no Partido Nacional (hoje um dos seus principais opositores) e foi um dos fundadores, nos anos 60, do Movimento de Libertação Nacional Tupamaros, uma guerrilha urbana de esquerda que praticava assaltos, sequestros e execuções.
Por isso, passou 14 anos preso, parte do tempo em um calabouço, sem acesso a livros ou contato humano. Ele conta que falava com animais para manter sua sanidade.
Em 2014, o país recebeu um grupo de seis prisioneiros da base americana de Guantánamo, em Cuba, uma medida que foi criticada pela oposição e a qual se opõe a maioria dos uruguaios.
Sob sua liderança houve uma forte controvérsia sobre a tentativa do partido do presidente, a Frente Ampla, de aprovar uma lei para investigar as violações dos direitos humanos cometidas durante o último governo militar (1973-1985).
A chamada Lei de Anistia havia sido submetida a um referendo em duas ocasiões antes da presidência Mujica e a população a rejeitou.
Mujica foi contra a anulação da lei, argumentando que seria reabrir feridas e colocar a estabilidade do país em risco: “Eu não sou viciado em viver olhando para trás, porque a vida é sempre o futuro e todos os dias amanhece.”
  1. “O que é que chama a atenção mundial? Que vivo com pouco, em uma casa simples, que ando em um carrinho velho, essas são as notícias? Então este mundo está louco, porque o normal surpreende.”
Nos últimos anos, centenas de meios de comunicação estrangeiros chegaram ao o país sul-americano intrigados com a vida de Mujica.
“Isso me preocupa muito, me preocupa como anda o mundo”, disse ele à BBC Mundo em uma entrevista em dezembro. “Eu vivo como vive a maior parte de meu povo, na política o normal teria que ser o meu modo de vida”, acrescenta.
“Vou à Alemanha e me dão um Mercedes Benz para andar daqui até a esquina – que tem uma porta que pesa três mil quilos- e 50 motos na frente e 50 atrás. Não concordo com isso”, diz ele.
“Eu acho que os governos, presidentes, devem se expressar em todo o tom da sua vida, a sua linguagem, sua maneira de ser, seu modo de vestir, nas relações públicas, como seu povo vive”.
  1. “Sim, eu estou cansado, mas isso não para até o dia em que me coloquem em um caixão ou quando eu for um velho esquecido.”
Mujica reconhece que os cinco anos no cargo o deixaram exausto, mas não pretende se aposentar.
“Eu não vou ser um velho aposentado que vai para um canto escrever suas memórias. Eu não vou escrever nada, não tenho tempo, tenho coisas para fazer”.
O presidente planeja abrir uma escola de negócios agrícolas em um galpão atrás de sua casa. ”Vai começar em março, para aproveitar a terra que temos, os meios que temos e assim me divirto com os garotos do bairro”, disse.
E, certamente, tornar-se o principal conselheiro de sua mulher, Lucia Topolansky se, como as pesquisas sugerem, ela se tornar a nova prefeita de Montevidéu após as eleições de maio.

02 de março de 2015
Deu na BBC

CLUBE MILITAR REAGE A LULA. DILMA CRITICA JOAQUIM LEVY

         
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A reação do Clube Militar à manifestação do ex-presidente Lula conclamando o MST a colocar “seu exército nas ruas” e as críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff ao ministro Joaquim Levy pelo seu pronunciamento contra as desonerações empresariais nas folhas de pagamento de salários, sem dúvida, foram os fatos políticos mais importantes que marcaram o fim de semana, com reflexos que provavelmente devem se estender e aprofundar no decorrer do tempo.

Na edição de sábado 28, a Folha de São Paulo publicou matéria do repórter Marco Antônio Martins reproduzindo a nota divulgada pelo general Gilberto Pimentel, presidente do Clube Militar condenando a atitude de Lula de “incitar o confronto”.

Ao se referir ao episódio, está evidente que o general Gilberto Pimentel falou em nome não só do Clube Militar, mas das próprias Forças Armadas na ativa, que receberam com o silêncio as declarações reveladas pela entidade.

A manifestação assim cresce de importância e, lendo o seu texto com atenção não há como deixar de destacar o tom forte das declarações contidas na nota. Nesta, há uma frase que aprofunda a indignação: “Sempre houve e sempre haverá somente um exército, o Exército Brasileiro”.

Portanto resposta mais frontal e forte ao que Lula declarou na ABI, impossível. O choque político, assim, começa a se deslocar para fora dos eixos partidários representados no Congresso Nacional.

AJUSTE DE DIFÍCIL APROVAÇÃO

Em matéria de eixos partidários no Congresso, as críticas diretas feitas pela presidente Dilma Rousseff ao ministro Joaquim Levy – reportagem de Mariana Carneiro, Natuza Nery e Renata Agostini, Folha de São Paulo de ontem, domingo – tornaram ainda mais difícil que o projeto fiscal do governo venha a ser aprovado, como deseja o Planalto.
Pois se as dúvidas em torno da matéria envolvem uma divergência entre a presidente da República e o ministro da Fazenda, com muito maior dose de razão vão se estender aos deputados e senadores e principalmente à opinião pública brasileira.

O ministro Joaquim Levy, na véspera, sexta-feira, havia criticado as desonerações fiscais aplicadas às empresas de acordo com a dimensão de cada uma, classificando-as de inadequadas e grosseiras, uma brincadeira que custou 25 bilhões de reais no ano passado, sem reflexo no mercado de emprego. Joaquim Levy esqueceu que as desonerações haviam sido implantadas pela própria presidente Dilma Rousseff, antes da reeleição, portanto, no primeiro ciclo de seu mandato.
O ministro da Fazenda tentou se explicar na noite de sábado acentuando que em sua fala original adotou um tom por demais coloquial. O que não é verdade, uma vez que as afirmações que proferiu foram feitas durante uma exposição a parlamentares sobre os projetos polêmicos do governo.

MANCHETES DOS JORNAIS

O assunto destacando as críticas de Dilma Rousseff foram de tal importância que se transformaram em matérias principais das edições da Folha de São Paulo e de O Estado de São Paulo que a colocaram em suas manchetes de primeira página, enquanto O Globo colocou uma chamada também em sua página primeira.
Mas sobrepõe-se a isso o reflexo que a distonia evidenciada vai causar.
A posição de Joaquim Levy, censurada publicamente, sairá enfraquecida do episódio, e a do governo, da mesma forma.

Se já era difícil aprovar a medida provisória que corta as pensões por morte legada pelos segurados, agora tornou-se mais difícil ainda. Sobretudo porque o texto é controvertido e os pontos de controvérsia flagrantes são vários.
Pretendo inclusive colocar este aspecto do assunto num próximo artigo. Por hoje ficamos na controvérsia que envolve o próprio governo. Já é muito e pode crescer ainda mais, principalmente porque a posição da equipe econômica está nitidamente abalada.

O QUE PRECISA SER AGREGADO AO PROCESSO DE EDUCAÇÃO

          

 
Geralmente, o processo educativo da sociedade está sempre atrasado em relação às mudanças que acontecem. As instituições de ensino não antecipam eventuais processos e custa-lhes fazer as mudanças necessárias para estar à altura deles.

 Entre outras, duas são as grandes mudanças que estão ocorrendo na Terra: a introdução da comunicação global via internet e a grande crise ecológica que põe em risco o sistema da vida e o sistema Terra. Podemos eventualmente desaparecer do planeta. Para impedir esse apocalipse, a educação deve ser diversa daquela que dominou até agora.

Não basta o conhecimento, precisamos de consciência e de uma nova prática. Urge nos reinventarmos como humanos, no sentido de inaugurar uma nova forma de habitar o planeta, com outro tipo de civilização. Temos que nos reeducar. Por isso, acrescento às dimensões acima referidas estas duas: aprender a cuidar e aprender a nos espiritualizar.
Mas, antes, faz-se mister resgatar a inteligência cordial, sensível ou emocional.

Sem ela, falar do cuidado e da espiritualidade faz pouco sentido. A causa reside no fato de que todo o sistema moderno de ensino se funda na razão intelectual, instrumental e analítica.
Ela é uma forma de conhecer e de dominar a realidade, fazendo-a mero objeto. Sob o pretexto de que a razão sensível impediria a objetividade do conhecimento, foi recalcada. Com isso surgiu uma visão fria do mundo.

APENAS 200 MIL ANOS

Sabemos que a razão intelectual, como a que temos hoje, é recente, possui cerca de 200 mil anos, quando surgiu o Homo sapiens. Mas antes surgiu, há cerca de 200 milhões de anos, o cérebro límbico, por ocasião da emergência dos mamíferos. Com eles, entrou no mundo o amor, o cuidado, o sentimento que se devota à cria. Nós, humanos, nos esquecemos de que somos mamíferos intelectuais. Logo, somos fundamentalmente portadores de emoções, paixões e afetos.

O que importa é que hoje temos que enriquecer nossa razão intelectual com a razão cordial, muito mais ancestral, se quisermos fazer valer o cuidado e a espiritualidade.

Sem essas duas dimensões, não iremos nos mobilizar para cuidar da Terra, da água, do clima, das relações inclusivas. Precisamos cuidar de tudo, sem o que as coisas se deterioram e perecem. E, então, iríamos ao encontro de um cenário dramático.

ESPIRITUALIDADE

Outra tarefa é resgatar a dimensão da espiritualidade. Ela não deve ser identificada com a religião. Ela subjaz à religião, porque é anterior a ela. A espiritualidade é uma dimensão inerente ao ser humano como a razão, a vontade e a sexualidade. É o lado do profundo, de onde emergem as questões do sentido terminal da vida e do mundo. Infelizmente, essas questões foram tidas como algo privado e sem grande valor.

Mas sem sua incorporação, a vida perde irradiação e alegria. No entanto, há um dado novo: os neurólogos concluíram que sempre que o ser humano aborda essas questões do sentido, do sagrado e de Deus, há uma aceleração sensível nos neurônios do lobo frontal.
Chamaram a isso “ponto Deus” no cérebro, uma espécie de órgão interior pelo qual captamos a presença de uma energia poderosa e amorosa que liga e religa todas as coisas.

Alimentar esse “ponto Deus” nos faz mais solidários, amorosos e cuidadosos. Ele se opõe ao consumismo e ao materialismo de nossa cultura. Todos, especialmente os que estão na escola, devem ser iniciados nessa espiritualidade, pois nos torna mais sensíveis aos outros, mais ligados à mãe-Terra, à natureza e ao cuidado, valores sem os quais não garantiremos um futuro bom para nós.

Inteligência cordial e espiritualidade são as exigências mais urgentes que a atual situação ameaçadora nos faz.

02  de  março de 2015
Leonardo Boff

JANOT VAI DENUNCIAR ENTRE 35 E 40 POLÍTICOS E AUTORIDADES


Janot
Procurador-geral deve divulgar esta terça-feira a ansiada lista
 
Aguardada com ansiedade por toda a comunidade política, a lista que deve ser entregue ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira contém o nome de pelo menos 35 políticos.
A informação é do site “Congresso em Foco”, que afirma ter conseguido fontes dentro do Ministério Público.
A investigação é feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pedirá a abertura de inquéritos contra senadores, deputados, ministros e governadores.

Para o Planalto, no entanto, os desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras, podem engessar o Congresso.
Um dos principais delatores da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que entre 35 e 40 políticos foram citados por ele em seu depoimento.

Se as denúncias contra deputados se confirmarem, eles devem ser alvo de processos de cassação no Conselho de Ética. Após análise do colegiado, a perda ou não do mandato é submetido a voto.
Por isso, dizem ministros, o plenário da Câmara estará “paralisado e dominado” pelo desgaste da Lava Jato, e não com discussão de projetos e emendas .

02 de março de 2015
Deu em O Tempo

GOVERNO DILMA, CADA DIA COM A SUA AGONIA

Inflação sobe para 7,47%, juros para 13% e previsão do PIB para (-)0,58% em 2015.
 
 
(Valor)  Diante de uma expectativa de inflação cada vez maior, os analistas de mercado passaram a contar com uma elevação maior na taxa básica de juros, a despeito do enfraquecimento da economia neste ano. É o que mostra o boletim Focus, do Banco Central, que apura semanalmente previsões junto a cerca de cem instituições.
 
Na edição de hoje, a mediana dos analistas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela nona semana consecutiva, de 7,33% para 7,47%. Para o mês de fevereiro, a previsão foi de 1,04% para 1,07%. Essa alta da inflação responde a preços administrados mais salgados, cuja estimativa subiu de 10,4% para 11%, e a um câmbio mais depreciado. Os analistas veem o dólar terminando o ano em R$ 2,91, ante R$ 2,80 há quatro semanas.
 
Assim, a estimativa para a Selic, que ficou estacionada por algum tempo em 12,50%, há duas semanas subiu para 12,75% e, agora, para 13%. A taxa está, atualmente, em 12,25% ao ano. Enquanto isso, as expectativas para a atividade continuam a se deteriorar. A mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano passou de queda de 0,50% para contração de 0,58%, enquanto a da produção industrial saiu de recuo de 0,35% para retração de 0,72%.

02 de março de 2015
in coroneLeaks

QUEM QUEBROU A PETROBRAS






José de Almeida Alcântara, alto, cabeleira branca exposta ao vento, talentoso, audacioso, coletor federal, prefeito, deputado, era um terror para seus adversários na política de Itabuna, sul da Bahia.

Em 1960 apoiou Jânio Quadros, da UDN. Teixeira Lott, candidato do PSD e PTB, foi a Conquista com uma grande caravana. Tão grande que o palanque não aguentou, desabou, quase quebrou a perna do velho marechal que ficou impedido de seguir para o comício de Itabuna. Ele não foi, mas a comitiva foi e fez comício na praça. No dia seguinte Alcântara, que apoiava Jânio, convocou um comício contra Lott. E fez como sempre um discurso desabusado:

– “Ontem esteve nesta praça um punhado de contrabandistas: João Goulart, contrabandista de boi para a Argentina. Batista Luzardo, contrabandista de ovelhas para o Uruguai. Orlando Moscoso, contrabandista de cacau e até o padre Nestor Passos contrabandista de…
Parou, pensou, continuou:

– “Contrabandista de almas. Encomenda as almas para o céu e manda todas para o inferno.”
Jânio ganhou em Itabuna.

ALCÂNTARA
Prefeito, Alcântara brigou com Gileno Amado, compadre do governador Juracy e líder da UDN na região. Gileno lançou uma campanha para forçar Alcântara a renunciar. Chamou o vereador da UDN Manoel Alvarandio e promoveram uma marcha popular até a prefeitura, todos gritando “impeachment! impeachment!”

Alcântara apareceu na porta da prefeitura com os brancos cabelos esvoaçantes, um pedaço de papel na mão esquerda, uma caneta na mão direita e desafiou a multidão:

-“Voces querem meu impeachment, eu renuncio. Mas antes preciso que este moleque, o vereador Alvarandio, escreva a palavra impeachment aqui neste papel.”
Alvarandio e a multidão foram dormir.

IMPEACHMENT
Março começou com o país se preparando para a grande marcha do dia 15 contra os desvarios da presidente Dilma. O povo vai dizer nas ruas porque não está engolindo esta farsa de uma candidata que ganhou a eleição dizendo uma coisa e agora, com toda a sua cara de pau, que está murchando dia a dia, faz tudo ao contrário.

Não se trata, por enquanto, de fazer impeachment agora, que é uma arma que a Constituição entrega ao país só nas horas do desastre final. Mas é preciso que cada um assuma suas responsabilidades. Essa história de Lula e Dilma rebolando nos palanques e televisões como se nada tivessem a ver com a roubalheira na Petrobrás é asquerosa e intolerável.

Cada um, presidentes da República, presidentes da Petrobrás, presidentes e membros do Conselho Administrativo, vai ter que assumir suas responsabilidades e pagar pelo que fizeram ou deixaram de fazer.

LULA
Em Angra dos Reis, no dia 7 de outubro de 2010, o presidente Lula proclamava: “No nosso governo a Petrobrás é uma caixa branca e transparente. A gente sabe o que acontece lá dentro. E a gente decide muitas coisas que ela vai fazer.”

A autossuficiência promoveu o festival de incompetência de projetos inviáveis, como as refinarias de Pernambuco, Ceará, Maranhão e Rio de Janeiro. Todas elas consideradas inviáveis pelo corpo técnico da Petrobrás. No parecer “Análise empresarial dos projetos de investimento”, de 25 de novembro de 2009, era documentado o ponto de vista técnico da empresa, atropelado e desconsiderado pelo então presidente da República, que agora queda-se em silêncio constrangedor ante as revelações da “Operação Lava Jato”.

DILMA
A presidente do Conselho de Administração da estatal era Dilma Rousseff. Chegando depois à presidência da República, o seu governo ampliou e agravou a situação financeira da empresa. O caixa foi dilapidado à exaustão para atender ao populismo fundamentalista. Importava petróleo à média de 100 dólares/barril e vendia internamente a 75 dólares/barril. Estimava-se o prejuízo em R$ 65 bilhões.

Agora o grupo de Economia e Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro encontrou outro número. O economista Edemar de Almeida, na “GloboNews”, coordenador do Grupo, afirmou que o prejuízo da Petrobrás foi de R$ 106 bilhões. No governo Dilma Rousseff, por consequência, o endividamento da Petrobrás quadriplicou.

A maior crise da história da estatal teve pai e mãe, autênticos carrascos na mutilação da quinta maior empresa de petróleo do mundo.
A rapina foi a garantia da roubança e do conluio dos corruptos e corruptores na expropriação de bilhões de reais alimentando quadrilhas.

02 de março de 2015
Sebastião Nery

DEFENSORES DO IMPEACHMENT TÊM DE EVITAR A SEXTA-FEIRA 13

           

PT vai botar os “black blocs” de novo nas ruas no dia 17

Precisa ser evitada, a qualquer custo, a anunciada guerra entre o “exército” convocado por Lula e os manifestantes que reivindicam o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os protestos contra o governo foram convocados com muita antecedência para o dia 15 de março (um domingo), começou a haver impressionante volume de adesões, e agora o governo (leia-se: Instituto Lula, PT e Planalto) está disposto a fazer de tudo para impedir o sucesso desses protestos populares.

Assustado com o progressivo crescimento do apoio a essa manifestação popular, em janeiro o governo decidiu convocar a CUT e as outras centrais que o apoiam, a UNE, o MST e outros movimentos sociais. Ficou acertado que dois dias antes, na sexta-feira 13, seria organizada uma série de atos públicos em diversas cidades, para demonstrar solidariedade à presidente Dilma Rousseff e defender a Petrobras de supostos ataques externos e também de supostas tentativas de privatizar a empresa.

O próprio ex-presidente Lula e dirigentes do PT passaram a insuflar os militantes para que enfrentem nas ruas quem se manifestar a favor do impeachment, recorrendo até mesmo à agressão física – ou “na porrada”, no dizer no presidente do PT fluminense, prefeito Washington Quaquá.

É MELHOR NÃO SAIR ÁS RUAS

Diante desse quadro ameaçador, os organizadores das manifestações pelo impeachment (se tiverem um mínimo de juízo) precisam orientar os participantes a não saírem às ruas na sexta-feira 13, deixando que as entidades e os movimentos sociais governistas promovam seus atos públicos à vontade.

Se os defensores do impeachment adotarem esta estratégia, não haverá enfrentamentos na sexta-feira 13, os eventos organizados pelo governo serão consequentemente esvaziados, a repercussão será mínima e ficará publicamente demonstrado que a democracia está sendo integralmente respeitada pelos brasileiros que se opõem ao PT, pois não buscam o confronto.

Esse posicionamento é importante, porque dois dias depois da sexta-feira 13, haverá manifestações do impeachment nos mais diversos Estados. A última relação que recebemos (segue abaixo) indica eventos já programados para 49 cidades em 15 de março. Como está lista foi feita dia 15 de fevereiro, é provável que muitas outras cidades já tenham aderido e também estejam organizando manifestações.

BLACK BLOCS

Se não houver conflitos na sexta-feira 13 e acontecerem no domingo, ficará confirmado que o próprio governo é responsável por incentivar esse comportamento bárbaro e antidemocrático dos militantes do PT e das entidades e movimentos sociais que ainda o apoiam.

É certo que no dia 15, além do “exército” do MST, da UNE, das centrais sindicais e de outros movimentos petistas, também os sinistros black blocs estarão nas ruas, prontos para tudo.
Por isso, é necessário impedir a ação de blogs como o Revoltadosonline, postado por um tal de Marcello Reis, que está conclamando as pessoas a saírem nas ruas para enfrentar os petistas no dia 13, sob um pretexto idiota:
 “Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas”, argumenta, pedindo: “Convide seus familiares, amigos e conhecidos, vem pra rua meu povo! O Brasil precisa de vocês!

Isso é tudo o que o Instituto Lula, o PT e Planalto almejam, eles querem o confronto. E ainda aparecem pseudos líderes, como esse oportunista Marcello Reis, a defender posições que só interessam a quem pretende eternizar o PT no Poder ou transformar novamente este país numa ditadura militar.

Diante desta situação, a palavra de ordem dos defensores do impeachment só pode ser uma, é preciso pedir que ninguém saia às ruas na sexta-feira 13, até mesmo porque isso não dá sorte.

RELAÇÃO DAS CIDADES

Vejam agora a impressionante relação das cidades que até 15 de fevereiro já tinham aderido às manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff:

Americana - SP – Avenida Brasil; Aracaju - SE – Avenida Santos Dumont, na Orla de Atalaia; Belém – PA – Praça da Republica; Belo Horizonte – MG – Praça da Liberdade; Blumenau – SC – Em frente a prefeitura; Bragança Paulista – SP – Igreja Matriz; Brasilia – DF – Congresso Nacional; Campinas - SP – Avenida Francisco Glicério; Campo Grande - MS – Praça do Rádio; Camboriú – SC – Av. Atlântica, praça Tamandaré; Chapecó - SC – Praça Central; Canoinhas - SC – Praça Osvaldo de Oliveira; Cuiabá – MT- Praça Alencastro em frente a prefeitura; Curitiba – PR – Centro Cívico; Curitibanos – SC – em frente a matriz, praça da Republica; Florianópolis – SC – reunião na Ponte; Fortaleza – CE – Praça Portugal; Goiânia - GO – Praça Cívica; Itajaí – SC – Igreja Matriz; Jaguariúna – SP – Centro Cultural; Jaraguá do Sul – SC – Praça Angelo Piazero; João Pessoa – PB – Praça da Independência; Joinville – SC – Praça da Bandeira; Jundiaí – SP- Av. Nove de Julho- Pontilhão da Nove; Maringá – PR – Catedral, centro; Mogi das Cruzes – SP – Praça Oswaldo Cruz; Natal – RN – em frente ao Midway; Osasco – SP – Av. Hirante Sanazar, em frente a prefeitura; Palmas - TO – Praça dos Girassóis; Paulista – PE – Praça Agamenon Magalhães; Petrolina – PE – Praça da Catedral; Pindamonhangaba – SP – Praça Monsenhor Marcondes; Piracicaba – SP – Praça José Bonifácio; Porto Alegre - RS – Parque da Redenção; Recife – PE – Avenida Boa Viagem (próximo a Padaria Boa Viagem); Ribeirão Pires – SP – Vila do Doce; Ribeirão Preto – SP – Praça Carlos Gomes; Rio Branco – AC – Em frente ao palácio do governo; Rio de Janeiro – RJ – Em frente a Candelária; Rio Verde – GO – Igreja Matriz; Salvador - BA – em frente ao farol; Santa Maria – RS – Santuário da Medianeira; Santos – SP – Praça da Independência; São Caetano do Sul – SP – Av. Goiás em frente a câmara municipal; São Paulo – SP – Masp, Av. Paulista; Timbó - SC – Praça Central; Uberlândia - MG – Praça Tubal Vilella; Vitória - ES – em frente a UFES.

DELAÇÃO DA CAMARGO CORREA VAI FECHAR AS COMPORTAS DA CORRUPÇÃO EM JIRAU E BELO MONTE.


INVESTIGAÇÃO AVANÇA SOBRE R$ 500 BILHÕES DO PAC DA DILMA


Valor Econômico) Os executivos da Camargo Corrêa que firmaram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF) vão detalhar irregularidades que afirmam ter ocorrido em obras estatais do setor energético, entre as quais empreendimentos licitados durante as duas gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no primeiro mandato da presidente Dilma Roussef.
 
Entre os projetos colocados sob suspeita pelos novos delatores estão alguns que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado por Lula em janeiro de 2007 e que previa investimentos da ordem de R$ 500 bilhões até 2010 para obras de infraestrutura, como saneamento básico, habitação, transportes, energia e recursos hídricos.

No foco dos investigadores da Operação Lava-Jato estão financiamentos liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, o banco ainda não é alvo de investigação. As informações foram apuradas com fontes diretamente ligadas à Operação Lava-Jato pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.

O diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações SA, Dalton dos Santos Avancini, e o vice-presidente, Eduardo Hermelino Leite, fecharam acordo de colaboração premiada com a força-tarefa do MPF na madrugada de sábado.

Entre as obras listadas no rol de projetos que os delatores confirmaram ter sido alvo de cartel de empreiteiras estão as das usinas hidrelétricas de Belo Monte e Jirau, localizadas no Pará e em Rondônia. Somadas, as duas construções ultrapassam os R$ 40 bilhões, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU). A corte de contas iniciou uma auditoria no ano passado para fiscalizar o repasse de R$ 22,5 bilhões do BNDES para o consórcio Norte Energia SA, responsável pela construção de Belo Monte.

Todas as empresas convidadas a participar da obra de Belo Monte estão sob investigação por suspeita de envolvimento no escândalo de desvios de recursos da Petrobras, segundo o MPF. A partir desta semana o presidente e o vice-presidente da Camargo Corrêa iniciarão séries de longos depoimentos a um delegado da Polícia Federal (PF) e a um procurador da República. Dalton Avancini dará informações e apresentará documentação referentes a Belo Monte e obras hidrelétricas. Segundo o site da Construtora Camargo Corrêa, "só no Brasil, mais de 50% de todo o parque gerador a partir de fontes hídricas tem sua participação".

Já Eduardo Leite está incumbido de apresentar provas de ilícitos em contratos firmados com a Petrobras. Os investigadores não esperam que o executivo aponte novas diretorias envolvidas em corrupção além das três já conhecidas: Abastecimento, Serviços e Internacional. Mas consideram a colaboração de Leite importante para fortalecer a prova sobre cartel. O oferecimento de denúncia por formação de cartel e fraude à Lei de Licitações contra os empreiteiros investigados pela Lava-Jato é um dos próximos passos da acusação.

Em nota divulgada pela assessoria de imprensa no sábado, a Construtora Camargo Corrêa informou que não participou das negociações para o acordo de colaboração premiada de seus executivos e disse que " permanecerá à disposição das autoridades para o que for necessário e sanará eventuais irregularidades, aprimorando a governança administrativa para seguir contribuindo com o desenvolvimento do país."

OPOSIÇÃO PROTOCOLA 81 REQUERIMENTOS NA CPI DA PETROBRAS


 
(Estadão) A oposição protocolou na manhã desta segunda-feira 81 pedidos para convocação e quebra de sigilos na CPI da Petrobras da Câmara. Os requerimentos são analisados pela comissão pela ordem de entrega, por isso houve uma corrida dos partidos para garantir os primeiros lugares.

O PSDB protocolou 57 requerimentos, o PPS 24. Os dois partidos entraram com pedido para criação de subrelatorias. Os tucanos pedem à 13ª Vara Federal do Paraná cópia integral do processo da operação Lava-Jato, solicitam também que o Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal (MPF) compartilhem informações sobre as investigações do esquema de corrupção na Petrobras.

Entre os requerimentos estão o de convocação para ouvir o ex-ministro José Dirceu, o tesoureiro do PT João Vaccari Neto, ex-ministro Antonio Palocci, o senador Fernando Collor (PTB-AL), o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco e o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque.

A oposição também quer que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, explique porque se encontrou com advogados das empreiteiras investigadas na operação Lava-Jato. O depoimento de Pedro Barusco, segundo requerimento da deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA), “é de extrema importância para a CPI”. Barusco foi braço direito de Renato Duque e chegou ao cargo por indicação de José Dirceu.

O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 28/02

02 de março de 2015

TODOS SE DIRÃO INOCENTES

 


Não dá para ficar repetindo haver pânico em Brasília, hoje, véspera da prometida entrega pelo Procurador Geral da República da lista dos parlamentares envolvidos no escândalo da Petrobras. Trata-se do óbvio.
Agora, engana-se quem imagina um só dos relacionados deputados e senadores com a disposição de reconhecer sua culpa. Todos, sem exceção, estão prontos para jurar inocência e dar início a prolongadas tentativas de escapar dos inquéritos que Rodrigo Janot espera venham a ser abertos.

Mesmo tendo sido citados em depoimentos de doleiros, empreiteiros e ex-dirigentes da estatal petroleira, vão declarar-se sem culpa. Deverão alegar que receberam dinheiro para as campanhas eleitorais, de acordo com a lei. Que sofrem perseguição de adversários, má vontade das autoridades policiais, erros processuais e até artes do Capeta.

Sabem que as investigações comandadas pelo Supremo Tribunal Federal serão demoradas, estarão cercados de montes de advogados e protegidos por uma série de recursos legais capazes de preservar seus mandatos por anos a fio. Se num episódio hoje de proporções tidas como menores – no caso, o mensalão – os julgamentos arrastaram-se por dois anos e meio, pensam os acusados de amanhã que o tempo será no mínimo dobrado. Sua atuação parlamentar, assim, poderá permanecer intocada. A menos que a mais alta corte nacional de justiça surpreenda, agilizando decisões e queimando etapas, coisa bem difícil.

Em suma, se o primeiro impacto da divulgação da lista prenderá atenções e despertará emoções, logo a rotina se estabelecerá. Mesmo podendo dispor de mecanismos para desvendar os inquéritos, durante os quais nenhum parlamentar será preso, a própria imprensa perderá o ímpeto investigativo.

SAUDADES DO ITAMA

Estivesse Itamar Franco na presidência da República e Joaquim Levy não seria mais ministro da Fazenda, isso no caso de sua escolha anterior, bastante problemática. Incompleta fica a equação pelo fato de o indigitado auxiliar apenas haver reconhecido que escorregou ao rotular como grosseria inócua a desoneração das folhas de pagamento das empresas.
A presidente Dilma reagiu como participante de uma discussão na Câmara ou no Senado: em pé de igualdade com o agressor. Deixou passar mais um daqueles momentos em que o chefe deve simplesmente despedir o subordinado que o atingiu.

02 de março de 2015
Carlos Chagas

IMPEACHMENT, INTERVENÇÃO MILITAR OU DEIXAMOS COMO ESTÁ?

          


Um grupo de brasileiros, já há alguns meses, cobra das Forças Armadas, o cumprimento da Constituição Federal.
 De imediato, são acusados de golpistas por aqueles que assaltam a nação. Sem esclarecer melhor suas intenções, este grupo passa à sociedade em geral a idéia de estar propondo a implantação de nova ditadura.
 Seus argumentos, no entanto, são de que há necessidade de cumprimento de preceito constitucional, pois a intervenção das Forças Armadas é prevista se houver falência das instituições do país.

Os detentores e exploradores do poder reagem proclamando estar sendo proposto um golpe contra a democracia. Dizem que é tramada a volta de 1964. E para completar, Lula, ex-presidente por dois mandatos, também ajuda a aumentar a confusão, ao conclamar que o “exército de Stédille” saia às ruas para o enfrentamento.

As razões e questões que levam brasileiros a pensar não apenas no impeachment de Dilma Rousseff, mas em ato mais profundo, estão expostas em vários textos escritos nos últimos meses pelos defensores da intervenção militar. Para eles, os substitutos de Dilma não são confiáveis e não possuem mínimas condições de exercer o poder, por estarem tão contaminados quanto ela.

FALSOS DEMOCRATAS

Cinquenta anos após o golpe de 1964, maus brasileiros, falsos democratas, antinacionalistas, indivíduos sem caráter, sem ética, sem princípios, ávidos pelo poder, por riqueza pessoal e acúmulo de bens que não poderão levar ao além-túmulo, tudo fizeram para que aqui chegássemos e continuam empurrando para o lixo o país que deveriam amar e defender.

Minha geração nasceu e viveu em plena revolução de 1964. Atravessamos duas décadas medindo nossas ações, palavras e pensamentos, esperando a oportunidade de retomarmos a plena e responsável democracia.

Agora, passadas apenas três décadas, assistimos ao horror que faz a corrupção a um país e a seu povo. E tudo patrocinado por alguns daqueles que, como eu e você, viveram momentos que gostaríamos tivessem ficado na história, no passado, para servir de exemplo e mostrar que não se deve cometer os mesmos erros.

DECADÊNCIA MORAL

Quando uma nação é comandada por alguém sem qualidades morais, que desperdiça os recursos produzidos pelo povo, aplicando-os de forma errada, e permite sejam surrupiados; quando um poder legislativo a todo momento comete atos que beiram o deboche, não enxergando e entendendo o que se passa em seu entorno; e, quando o judiciário perde a linha da justiça, da seriedade e não se preocupa mais em defender o estado de direito, o que resta aos cidadãos comuns?

Que Deus não permita, mas tudo indica estarem se avizinhando tempos escuros, sombras e mais perdas para quem já perdeu quase tudo. É duro imaginar que deixaremos este legado às futuras gerações.

"RICOS NUTREM ÓDIO AO PT E A DILMA" - AFIRMA BRESSER-PEREIRA

           
O economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, 80, que está lançando o livro "A Construção Política do Brasil"
Bresser-Pereira acha que governo Dilma está no caminho certo

O pacto nacional-popular articulado pelos governos do PT desmoronou pela falta de crescimento. Surgiu um fenômeno novo: o ódio político, o espírito golpista dos ricos. Para retomar o desenvolvimento, o país precisa de um novo pacto, reunindo empresários, trabalhadores, setores da baixa classe média. Uma união contra rentistas,      setor financeiro e estrangeiros.

A visão é do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, 80, que está lançando “A Construção Política do Brasil”, livro que percorre a história do país desde a independência. Ministro nos governos José Sarney e FHC, ele avalia que o ódio da burguesia ao PT decorre do fato de o governo defender os pobres.

FolhaSeu livro trata de coalizões de classe. O sr. diz que atualmente a coalização não é “liberal-dependente”, como nos anos 1990, nem “nacional-popular”, como no tempo de Getúlio Vargas. Qual é, então?
Bresser-Pereira – Não há. Desde 1930 houve cinco pactos políticos. O nacional-popular de Getúlio, de 1930 a 1960. De 1964 ou 1967 até 1977, há um pacto autoritário, modernizante e concentrador de renda, de Roberto Campos e dos militares. Depois, há o pacto democrático-popular de 77, que vai promover a transição. Esse chega ao governo, tenta resolver o problema da inflação e fracassa. Com Collor e, especialmente com FHC, há um pacto liberal-dependente, que fracassa novamente. Aí vem o Lula, que se propõe a formar novamente um pacto nacional-popular, com empresários industriais, trabalhadores, setores da burocracia pública e da classe média baixa. O governo terminou de forma quase triunfal, com crescimento de 7,4%, e prestígio internacional muito grande. Mas esse pacto desmoronou nos dois últimos anos do governo Dilma.

Por quê?
O motivo principal foi que o desenvolvimento não veio. De repente, voltamos a crescer 1%. Houve erros nos preços da Petrobras e na energia elétrica. E o mensalão. Aí os economistas liberais começaram a falar forte e bravos novamente, pregar abertura comercial absoluta, dizer que empresários brasileiros são todos incompetentes e altamente protegidos, quando eles têm uma desvantagem competitiva imensa.
É o que explica o desparecimento de centenas de milhares de empresas. O pacto político nacional-popular… Vupt! Evaporou-se. A burguesia voltou a se unificar.

E achou que podia ganhar a eleição do ano passado?
Sim. Aí surgiu um fenômeno que eu nunca tinha visto no Brasil. De repente, vi um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, contra um partido e uma presidente. Não era preocupação ou medo. Era ódio. Esse ódio decorreu do fato de se ter um governo, pela primeira vez, que é de centro-esquerda e que se conservou de esquerda. Fez compromissos, mas não se entregou. Continua defendendo os pobres contra os ricos. O ódio decorre do fato de que o governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres. Não deu à classe rica, aos rentistas.

Mas os rentistas tiveram bons ganhos com Lula e Dilma, não?
Não. Com Dilma, a taxa de juros tinha caído para 2%. Isso, mais o mau resultado econômico, a inflação e o mensalão, articularam a direita. Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes voltou com força. Não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia que está infeliz.

Ao ganhar, Dilma adotou o programa dos conservadores?
Isso é uma confusão muito grande. Quando se precisa fazer o ajuste fiscal vira ortodoxo? Não faz sentido. Quando Dilma faz ajuste ela não está sendo ortodoxa. Está fazendo o que tem que fazer. Havia abusos nas vantagens da previdência. Subsídios e isenções foram equívocos. Nada mais desenvolvimentista do que tirar isso e reestabelecer as finanças. Em vez de dar incentivo, tem que dar é câmbio. E de forma sustentada. Dilma chamou [o ministro da Fazenda] Joaquim Levy por uma questão de sobrevivência. Ela tinha perdido o apoio na sociedade, formada por quem tem poder. A divisão que ocorreu nos dois últimos anos foi violenta. Quando os liberais e os ricos perderam a eleição, muito antidemocraticamente não aceitaram isso e continuaram de armas em punho. De repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo. Não há chance disso funcionar.

Dilma está na direção certa?
Claro. Mas não vai se resolver nada enquanto os brasileiros não se derem conta de que há um problema estrutural, a doença holandesa. Enquanto houver política de controle da inflação por meio de câmbio e política de crescimento com poupança externa e âncora cambial, não há santo que faça o país crescer. Juros altos só se justificam pelo poder dos rentistas e do sistema financeiro. Falar em taxa alta para controlar inflação não tem sentido.

Qual pacto seria necessário?
Um pacto desenvolvimentista que una trabalhadores, empresários do setor produtivo, burocracia pública e amplos setores da baixa classe média. Contra quem? Os capitalistas rentistas, os financistas que administram seus negócios, os 80% dos economistas pagos pelo setor financeiro e os estrangeiros.

Um pacto assim não fere interesses consolidados?
Em primeiro lugar, fere interesses do capitalismo. Não há nada que o capitalismo internacional queira mais em relação aos países em desenvolvimento do que eles apresentem déficit em conta-corrente. Porque esses déficits vão justificar a ocupação do mercado interno nosso pelas multinacionais deles e pelos empréstimos deles. Que não nos interessam em nada. O Brasil está voltando a ser um país primário-exportador. Esse câmbio alto resultou numa desindustrialização brutal.

(entrevista enviada por Carlos Frederico Alverga)

02 de março de 2015
Eleonora de Lucena
Folha

DILMA ESTÁ PREVARICANDO, SEGUNDO JURISTA


 
Entrevista com o jurista Modesto Carvalhosa, 82, advogado especialista em direito econômico e mercado de capitais, que há mais de 20 anos estuda a corrupção sistêmica na administração pública brasileira. Hoje, na Folha de São Paulo.

Folha - Como inibir a corrupção das empreiteiras?
Modesto Carvalhosa - Com a implantação da "performance bond". É um seguro que garante a execução da obra no preço justo, no prazo e na qualidade contratados. Elimina a interlocução entre as empreiteiras e o governo. 

Quem determinaria essa exigência na Petrobras?
O regulamento da Petrobras já prevê essa possibilidade, não há necessidade de mudar a legislação. Isso poderia ter sido feito há muito tempo, ela já faz essa exigência para algumas fornecedoras. Mas não faz com as empreiteiras que corrompem. 

O seguro de performance impediria os aditivos que perpetuam os superfaturamentos?
Impediria. Os empreiteiros não entregam a obra nunca, vão "mamando". Os recursos públicos "saem pelo ladrão". 

Por que a Lei Anticorrupção não foi aplicada na Lava Jato?
Porque a presidente da República [Dilma Rousseff] já declarou que não vai processar as empresas, só as pessoas. Cabe ao Executivo aplicar a Lei Anticorrupção. 

Ela está prevaricando?
Está incidindo em crime de responsabilidade no viés de prevaricação. Ela infringiu frontalmente o Estado de Direito ao se negar a aplicar a Lei Anticorrupção porque quer proteger as empreiteiras. 

Quais são as alternativas e as consequências?
A Lei Anticorrupção tem o lado punitivo, mas tem o lado que pode beneficiar as empresas. Se fossem processadas e condenadas a pagar uma multa, estariam livres de outras punições. Pagariam a multa e poderiam voltar a ter crédito. Como bancos que pagaram multas em vários países e continuam operando. 

Mesmo com altos executivos presos, qual a capacidade de pressão das empreiteiras?
Pelo subsídio que deram formal e informalmente para os políticos na eleição presidencial --eleitos ou não-- têm o poder ilegítimo de exigir, agora, a recíproca para se livrarem da punição. 

E como as empreiteiras sobrevivem economicamente?
Na medida em que não são processadas pela Lei Anticorrupção, estão se suicidando, ficam sangrando. Algumas estão vendendo ativos, outras pedindo recuperação judicial, despedindo empregados. Os advogados precisariam instruir melhor, ficam forçando o ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo] a impedir a aplicação da Lei Anticorrupção... 

Como o senhor vê encontros de advogados com o ministro da Justiça fora da agenda?
O ministro da Justiça tem a obrigação e o dever de receber os advogados. O que ficou configurado nessas visitas secretas é a advocacia administrativa. Ou seja, aproveitar o poder dele para influenciar membros do governo em benefício de terceiros. Não é o exercício da advocacia. É o exercício da advocacia administrativa mesmo. 

Qual é o poder do ministro da Justiça?
Ele é um veículo. Trata de assuntos da Polícia Federal, da parte jurídica com a Presidência República, com a Advocacia-Geral da União e com o Tribunal de Contas da União. Há uma tentativa de influenciar, para não se instaurar o processo. É para fazer um acordo de leniência fora da Lei Anticorrupção. 

Que órgãos se alinham nessa articulação?
O TCU emitiu o parecer de número 87, em fevereiro, avocando-se o direito de promover acordo de leniência, junto com a AGU, fora da Lei Anticorrupção. O movimento da advocacia administrativa, envolvendo ministro da Justiça, AGU, Controladoria-Geral da União e TCU, é no sentido de criar uma anistia ampla, geral e irrestrita. Não querem aplicar a Lei Anticorrupção. 

Qual é a solução que querem?
Fazer um acordo de leniência para todas as empresas do consórcio fora da Lei Anticorrupção. Se houver esse tipo de anistia, o Ministério Público vai pintar e bordar. Vai entrar no Superior Tribunal de Justiça, no Supremo Tribunal Federal, para anular. É fora da lei, porque abrange todo mundo. Segundo o artigo 16, o acordo de leniência é só para o primeiro delator. 

Como a AGU está atuando?
A AGU está agindo no sentido de se alinhar para fazer o acordo de leniência com todas as empreiteiras e fornecedores. Esse movimento de anistia abrange a CPI da Petrobras, que é mais um ato patético do Congresso. O relator também está na linha de anistiar as empreiteiras. É um movimento geral no PT, no governo. Todos estão a serviço da vontade da presidente. 

Como o sr. vê a atuação do Procurador-geral da República, Rodrigo Janot?
Muito boa. Ele tem visão profunda da questão. Foi aos EUA, para falar com o Banco Mundial, que é quem vai declarar a inidoneidade das empreiteiras, ao Departamento de Justiça, à SEC [Securities and Exchange Comission, corresponde à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil], ao FBI. É absolutamente contrário ao movimento de anistia. Ele tem a dimensão internacional do problema. Como cidadão, dou nota dez. 

Como o sr. avalia a informação de que ele pediria a abertura de inquéritos contra políticos, em vez de oferecer denúncia?
É uma prudência processual boa, para evitar nulidades e instaurar o devido processo legal, com a produção e a contestação das provas.

Na mesma linha do juiz federal Sergio Moro, que procura evitar nulidades...
O juiz, apesar de jovem, também é um homem extremamente prudente. 

Quais são as medidas que poderão vir do exterior?
As medidas que vêm de fora são arrasadoras, as empreiteiras vão receber pesadas multas. Após condenadas, terão os bens e os créditos sequestrados e impedidas de obter financiamento no exterior. A resistência é suicida. Elas vão ser declaradas inidôneas pelo Banco Mundial. Elas não têm a visão da absoluta imprudência que estão cometendo, ao evitarem ser processadas no Brasil pela Lei Anticorrupção, que é uma de efeitos extraterritoriais. 

Como uma punição interna pode evitar a sanção externa?
Não se pode condenar duas vezes pelo mesmo crime. Se a empresa é condenada aqui pela Lei Anticorrupção, ela não deve ter a mesma punição lá fora. Os tratados que o Brasil assinou são reproduzidos na Lei Anticorrupção.

O que a demora pode fazer?
Existe um mercado internacional de compra de ativos de empresas corruptas. Já estão comprando ativos de empreiteiras brasileiras. E, assim, elas vão sangrando, porque não querem ficar purgadas pela Lei Anticorrupção. Vão todas para o beleléu.

AS ARTIMANHAS DO APEDEUTA... O MEDO É GRANDE!

Com medo do impeachment, Lula manda Dilma prestigiar Temer  

Ao lado de Renan Calheiros (à esquerda), Lula deixa reunião com senadores do PMDB
Depois da reunião, o único alegre era Sarney, que já não é mais nada…

Depois de o ex-presidente Lula se encontrar com peemedebistas e ouvir reclamações do tratamento dispensado pelo governo ao PMDB, a presidente Dilma Rousseff convidou a cúpula do partido para um jantar esta segunda-feira.

Desde a reeleição de Dilma, o PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a presidente e de acesso às decisões centrais do governo. Além do vice Michel Temer, serão recebidos hoje por Dilma no Palácio da Alvorada os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e o da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Renan afirmou que os peemedebistas disseram a Lula que o ajuste fiscal promovido pelo governo “é pífio e insuficiente” e defenderam que ele seja ampliado, com cortes no setor público.

O senador afirmou ainda que Lula defendeu que Temer tenha uma participação mais ativa no núcleo duro do governo, grupo de ministros mais próximos à presidente Dilma. “Ele acha que o PMDB precisa, sim, ter um papel de maior protagonismo. Ele lembrou que ouvia o vice José Alencar em todas as decisões e acha que o mesmo deve ocorrer agora”, afirmou Renan.

No encontro, segundo relatos, Lula disse que o governo federal tem que agir rápido para não perder e se distanciar da população.

LULA NO COMANDO

Também de acordo com senadores presentes ao encontro, o petista disse que ajudará Dilma a corrigir os rumos para sair da crise política e econômica.

Nas palavras de um peemedebista à Folha, o “governo está nas cordas” e depende agora de uma contrapartida da presidente. Na avaliação de Lula, a presidente precisa partir para uma postura mais forte para que seja retomada a confiança no País.

Os senadores do PMDB reclamaram a Lula que a votação do veto de Dilma ao reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda vai provocar um “desgaste” no Congresso e indicaram que a bancada não está disposta a suportar a pressão por sua derrubada.

Lula manifestou preocupação e orientou os parlamentares a procurarem Dilma para discutir o tema.

LULA É O FIADOR

O líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), disse a Lula que ele é o “fiador” da relação do partido com o PT e pediu sua intervenção para recompor as pontes com o governo Dilma. O senador ponderou que é necessário “reordenar” a coordenação política para aproximar os peemedebistas do Planalto.
Na semana passada, o vice-presidente, Michel Temer, chegou a dizer em uma conversa telefônica com Dilma que o PMDB está no “limite da governabilidade”.

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NOTA DA REDAÇÃO
Como se vê, Lula retomou o comando do governo. Dilma voltou a fazer o que ele manda. Para tanto, a presidente teve de se humilhar na quinta-feira antes da carnaval e viajou a São Paulo para se desculpar e pedir o apoio de Lula para conseguir governar. Mas a crise é tão grave que nem Lula nem o marqueteiro João Santana vão conseguir resolver. Com medo do impeachment, Lula mandou Dilma prestigiar Michel Temer. Como todos sabem, o vice-presidente passou quatro anos no limbo, agora descobriram que o apoio dele é fundamental. Dá vontade de rir. (C.N.)